segunda-feira, 25 de maio de 2015

O papel das mães na família

Nós temos muitas mães que passam por nossa história, nossa mãe biológica, nossa vó que as vezes assume esse papel, as mães que adotamos em nossa vida, como àquela mulher forte e sábia que admiramos e damos a ela esse título, àquela irmã que “é como se fosse uma mãe”, a nossa santa Mãe Igreja e também nossa mãe do céu, Maria. São muitas aquelas pessoasà quem entregamos esse título. Hoje queríamos falar da mãe que cuida de nós desde que nascemos, daquela que curou nossas feridas, que segurou nossa mão quando o medo era maior, enfim, da mãe humana que Deus nos concedeu para nos educar e amar.O Papa nos chama atenção para o modo que tratamos nossas mães. Antes de aprofundar essa questão, retorno ao mandato de Deus, ao longo da história onde muitas mulheres se destacaram exercendo o papel de mãe. Eva, mãe da humanidade, Sara mãe de Isaac, Rebeca mãe de Jacó, Joquebede mãe de Moíses, a mãe dos sete irmãos macabeus e Maria mãe de Jesus.

“Escreve o evangelista Mateus: “Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram” (Mt 2, 11). É a Mãe que, depois de tê-lo gerado, apresenta o Filho ao mundo. Ela nos dá Jesus, ela nos mostra Jesus, ela nos faz ver Jesus.”

As mães têm um grato espelho ao olhar pra tantas mulheres do passado que foram heroínas que se destacaram na história, mas queria falar das heroínas que poucos conhecem. Não queria falar de poesias, mas de mães reais que choram, que se estressam, que se exaltam, que as vezes dizem grosserias porque são humanas, que tem fraquezas e forças. De mães que não têm medo de errar.




Estamos presos a uma sociedade que na mesma proporção que é permissiva gera mães submissas a seus filhos. Mães que abrem mão do seu papel de mãe pra ocupar o lugar de amiga ou irmã mais velha. O papel que uma mãe realiza na vida familiar e de seus filhos é de fundamental importância. Quero trazer a memória um fato muito forte que narra o livro de Macabeus, a história do martírio de uma mãe e seus 7 filhos. Mesmo diante de toda dor física e pressão psicológica, essa mãe e seus filhos não renegaram a fé, optaram por serem torturados até a morte um após ao outro.

“Particularmente admirável e digna de elogios foi a mãe que viu perecer seus sete filhos no espaço de um só dia e o suportou com heroísmo, porque sua esperança repousava no Senhor. Ela exortava a cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres sentimentos, com uma coragem varonil, ela realçava seu temperamento de mulher. Ignoro, dizia-lhes ela, como crescestes em meu seio, porque não fui eu quem vos deu nem a alma, nem a vida, e nem fui eu mesma quem ajuntou vossos membros. Mas o criador do mundo, que formou o homem na sua origem e deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se agora fizerdes pouco caso de vós mesmos por amor às suas leis.” (II Mcabeus 17, 20-23)

Esse trecho narra o quanto é digna de admiração e respeito está mulher e mãe tão corajosa. E pra nos deixar mais impressionados, quando seu último filho vivo e caçula, começou a ser torturado, ela com muita força diz a seu filho: “Eu te suplico, meu filho, contempla o céu e a terra; reflete bem: tudo o que vês, Deus criou do nada, assim como todos os homens. Não temas, pois, este algoz, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que no dia da misericórdia eu te encontre no meio deles.” (II Macabeus 17, 28-29)

Nos dias atuais, somos chamadas como essa mãe a lutarmos por nossos filhos, por suas vidas e pelo que acreditamos, por nosso Deus. Hoje o nosso algoz tem um outro nome e não é rei, chama-se individualismo. Estamos caminhando para um mundo no qual o individualismo é a lei mais forte.

 “As mães são o antídoto mais forte para a propagação do individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer “que não se pode dividir”. As mães, em vez disso, se “dividem” a partir de quando hospedam um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer.” (Catequese 07/01/2015)

Como mães nosso dever e missão é construir uma sociedade mais humana, esse papel não pertence aos políticos, ou aos líderes religiosos, ou aos grandes empresários, é papel e missão de mãe. Se tivéssemos mais mães teríamos menos filhos egocêntricos, egoístas e individualistas. Nós mães precisamos voltar assumir nossa missão, sem medo de perder o amor de nossos filhos. As mães têm uma deficiência, elas gostam de serem o centro de seus lares, que todos da casa dependam de seus favores e sentem-se ameaçadas, inconscientemente, em ceder essa centralidade para Deus. A mãe dos Macabeus para defender a fé, para defender Deus, abriu mão de ser o centro de seu lar, não teve medo de perder o amor de seus filhos quando pediu a eles que morressem pelo seu Deus, sim porque se tivesse um psicólogo, um psicopedagogo, provavelmente teriam dito a essa mãe que essa decisão seria só dela e que ela prejudicaria o desenvolvimento psicológico de seus filhos em sugerir que eles morressem pela fé… Essa mãe cumpriu o Evangelho:

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim.  Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
Quem procura conservar a sua vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.” (Mt 10, 37-39)

As mães precisam rever seu conceito de amor se coincide com o amor proposto pelo Evangelho. Na homilia pelo funeral de um padre assassinado pelos esquadrões da morte, o bispo disse, repetindo o Concílio Vaticano II: “Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé, mesmo se o Senhor não nos concede esta honra… Dar a vida não significa somente ser morto; dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever; naquele silêncio da vida cotidiana; dar a vida pouco a pouco? Sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dá à luz a ele, amamenta-o, fá-lo crescer e cuida dele com carinho. É dar a vida. É martírio”.

“Sim, ser mãe não significa somente colocar no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe, qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande, isto é belo.” (Papa Francisco, catequese 07/05/15)

As mães de hoje têm que lutar por seus filhos, preserva-los dessa forma desumana de seguir, onde o indivíduo afasta de si a possibilidade de ser amado, num mundo cibernético, onde as relações interpessoais tornam-se a cada vez mais escassas. Hoje as redes sociais que de sociais tem apenas o nome consomem nosso tempo e disponibilidade. Como pode ser possível as pessoas terem a capacidade de relacionar-se apenas através de uma tela?Onde tudo em sua vida acontece como praxe para apresentar uma vida virtualmente perfeita? Cabe a mãe com toda sua sensibilidade e cautela corrigir suas ausências. Mesmo que já seja avó, ainda é possível conduzir seu filho a Deus e a ser uma pessoa mais de Deus. Como? Só em Deus se encontra resposta para tal pergunta. Mãe dedicada, é mãe que reza e intercede por seus filhos.

“Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, é inscrito no valor da fé na vida de um ser humano. É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles primeiros, preciosíssimos momentos. Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. E a Igreja é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães.” (Catequese 07/01/15)

Amar é um ato, uma ação. Significa doar-se, significa abdicar. O amor verdadeiro passa pelo ato de colocar Jesus no centro. Sejamos mais mães, amemos mais perfeitamente, coloquemos Jesus no centro de nossas decisões em relação a nossos filho. Perguntemos sempre, se permitir que meu filho faça assim, haja assim, Jesus continuará no centro? Que possamos agir como Maria,dar Jesus a nossos filhos, mostrar Jesus a eles, e fazê-los ver Jesus.

Fonte: http://www.corpomisticodecristo.com/o-papel-das-maes-na-familia/

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