quinta-feira, 19 de março de 2015

Desigualdade Social em Fortaleza

A desigualdade social em Fortaleza pode ser verificada pelos indicadores de renda levantados nos últimos anos, que colocam o Bairro Meireles no topo e o Conjunto Palmeira na base da pirâmide. A pesquisa técnica apenas confirma uma realidade que pode ser constatada a olho nu com um passeio por ambas as zonas urbanas.

Os resultados foram colhidos da análise dos dados oferecidos pelo Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. As conclusões confirmam outro levantamento, feito pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece), realizado em 2012 e que teve como referência os mesmos dados coletados no Censo do IBGE.
O cálculo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é procedido pela aplicação do Índice Geral de Desenvolvimento Humano (IDH), formado por três índices IDH-Renda, IDH- Educação e pelo IDH-Longevidade.
Esses três recursos estatísticos constituíram instrumento de análise das condições de desenvolvimento social de cada um dos 119 bairros de Fortaleza. A aplicação do índice específico de renda à realidade econômica dos bairros apontou o Meireles, classificado com a nota 0,953, como a região de maior poder aquisitivo da cidade. No outro extremo, aparece o Conjunto Palmeiras com renda projetada no IDH-Renda de 0,010.
Aplicado esse índice econômico a todos os bairros, surgem os dez maiores em renda contrapostos aos dez menores. Entre os de maior poder aquisitivo, contam-se Meireles, Guararapes, Cocó, De Lourdes, Aldeota, Mucuripe, Dionísio Torres, Varjota, Praia de Iracema e Fátima. Já os dez de menor poder aquisitivo são os bairros periféricos Conjunto Palmeiras, Parque Presidente Vargas, Canindezinho, Siqueira, Genibaú, Granja Portugal, Pirambu, Granja Lisboa, Autran Nunes e Bom Jardim.
A clareza dessa situação obriga a Prefeitura Municipal a estudar formas de minorar essas disparidades dentro do mesmo território sob pena de acentuar os conflitos sociais e as questões de segurança pública. Por isso, já estão sendo promovidos estudos para conceder incentivos fiscais às empresas que se disponham a estabelecer-se naquelas zonas mais pobres, a fim de gerar mais emprego e renda nos residentes locais.
A este grupo de comunidades carentes serão direcionadas ações para atrair investimentos privados como a instalação de indústrias, estabelecimentos comerciais, agências bancárias. Ao mesmo tempo, serão proporcionados serviços públicos de água tratada, esgoto, energia elétrica, telecomunicações, expedição de documentos, arrecadação tributária, serviços médicos e de assistência social.
No campo tributário, o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS) será o carro-chefe das atrações fiscais para a redução das desigualdades. No campo da renúncia fiscal, as alíquotas oferecidas serão inversamente proporcionais à pobreza do bairro. Quanto menor for o índice da região maior será o desconto à empresa disposta a nela se instalar.
O esforço para a descentralização das atividades econômicas da Capital é iniciativa válida porque destinada a diminuir a pobreza e a eliminar seus bolsões de miséria. Entretanto, a administração municipal deve fazer contribuição complementar, representada pela urbanização das áreas escolhidas, com a construção de praças e abertura de vias públicas, com calçamento e iluminação pública, melhorando as suas condições de habitabilidade e valorizando o investimento promovido pela iniciativa privada.

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