Paz é o que desejam e pedem todas as
pessoas de “boa vontade”. A paz é bem precioso, porém frágil e delicado.
Há sinais preocupantes em nossa realidade nacional que exigem reflexão,
oração, diálogo e decisão. Há de fato de se perguntar por que tanta
violência, presente em todos os estratos da sociedade? Uma possível
razão dessa situação nos oferece o Papa Francisco: “Os ídolos do domínio
e do poder deterioram as relações, arruínam a harmonia a ser construída
com humildade serviçal e disposição maternal. Os conflitos, a
violência, a indiferença diante da morte nascem do fascínio do domínio e
do poder”.
O domínio do poder econômico continua
excluindo e produzindo desigualdade. Ouve-se dizer que “o crescimento
econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo
produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião, que
nunca foi confirmada pelos fatos, exprime uma confiança vaga e ingênua
na bondade daqueles que detêm o poder econômico e nos mecanismos
sacralizados do sistema econômico reinante. Entretanto, os excluídos
continuam a esperar” (Papa Francisco, EG, 54).
O poder político necessita de pessoas
capazes de promover o sempre necessário e autêntico diálogo entre os
participantes da vida social, a fim de buscar indicações viáveis que
favoreçam o saneamento “das raízes profundas, e não a aparência dos
males” da sociedade. “A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é
uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum.”
Manifestam-se sinais preocupantes de
descrédito das instituições. A falta de ética na política e na economia,
as expressões contundentes de corrupção em alguns setores públicos, o
desrespeito pelos genuínos anseios do povo, a falta de um projeto de
nação objetivo e claro são indicações que merecem atenção, reflexão,
debate, oração e opções.
Outra razão de tanta violência é
certamente a drogadição que atinge uma parcela preocupante da sociedade.
O tráfico de drogas ilícitas está se tornando um poder paralelo dentro
do Estado. Essa realidade não é mais uma ameaça; é realidade verificável
cotidianamente.
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil promove em 2015 o Ano da Paz. Há, certamente, quem se pergunte:
“É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de
dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o
caminho da paz?"
A resposta à pergunta não é fácil. No
entanto, através do engajamento de pessoas de “boa vontade”, poder-se-á
favorecer o surgimento e a consolidação de iniciativas verdadeiramente
marcadas pelo desejo de salvaguardar e promover a vida humana: uma vida
digna, justa, em paz com Deus, com a natureza e com os irmãos e irmãs.
Assim, a tão deseja e querida paz será possível para todos.
É urgente fomentar a cultura da paz.
Ela se tornará realidade quando houver vigorosa decisão em favor de uma
educação para crianças, adolescentes e jovens orientada por valores,
virtudes, ética. A educação dessa parcela preciosa da sociedade não pode
estar sujeita a opções e decisões de alguns poucos. É imprescindível
participar de perto da vida cotidiana das unidades de ensino, ou ver a
situação e a condição de tantos e tantas que ainda acreditam na força e
dignidade da educação. A educação não pode estar orientada somente para o
mercado de trabalho! Faz-se urgente atenção para com o humano. Faz-se
necessário, ainda uma vez, recordar que a família estável é lugar
privilegiado de fomento do humano e promoção da cultura da paz.
Fonte: http://www.agostinianos.org.br/visualizacao-de-artigos/pt-br/ler/294/2015-ano-da-paz
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