“O obrigado ao Senhor, pelo seu desígnio sobre a vocação e a missão da mulher no mundo, torna-se também um concreto e direto obrigado às mulheres, a cada mulher, por aquilo que ela representa na vida da humanidade”(João Paulo II).
A mulher vem se destacando, nos últimos
séculos, como uma das maiores responsáveis pelas transformações
ocorridas na sociedade. Hoje, encontramos mulheres na política, na
cultura, na educação, no esporte, na economia e, é claro, na vida da
Igreja. Mas afinal, quem é essa figura que conquistou tanto espaço em
nosso tempo? O que é ser, de fato, uma mulher?
Esta pergunta não é tão simples de
responder, dado o maravilhoso mistério da dignidade, vocação e missão da
mulher. “Ela é criada à imagem e semelhança de Deus para ser, no mundo,
um sinal de amor e santidade”, disse o beato João Paulo II.
Um dos principais responsáveis pelas
transformações do comportamento feminino na sociedade é o movimento
feminista. A primeira onda de feminismo surgiu na França, no Reino Unido
e nos Estados Unidos, entre os séculos 19 e 20, com o movimento
‘sufragista’, que defendia o direito de voto às mulheres. Já nos anos
60, surgiu o feminismo radical com o movimento da “libertação das
mulheres” e da “queima dos sutiãs”. Duas pensadoras influenciaram o
movimento de cunho sexista: Betty Friedan, com o livro ‘A mística feminina’, e Simone Beauvoir, com a obra ‘O segundo sexo’. Ambas
as obras defendem que os cuidados com maridos e filhos, fruto de uma
sociedade patriarcal, são uma ameaça para a identidade da mulher.
Já em sua terceira fase, o feminismo
reassume a luta pelos direitos civis da mulher com melhores condições de
trabalho, a luta contra a discriminação e a violência doméstica e
sexual , um maior espaço na política e na cultura; no entanto, questões
ideológicas radicais contra a vida e a família ainda permeiam a bandeira
do movimento.
“Eu penso que o movimento feminista tem
alguns aspectos muito importantes como o desenvolvimento da mulher e o
fato de a colocarmos com os mesmos direitos e dignidade. Mas há também
uma distorção neste processo, algo que eu chamo de “feminismo machista”,
ou seja, mulheres que, de certa forma, querem ser iguais aos homens. No
entanto, se você quer ser igual ao homem, é porque acredita que ele é
melhor do que você”, diz Dra Lenise Garcia, professora da Universidade
de Brasília.
“O feminismo foi causando na
mulher uma autossuficiência, como se ela não precisasse do homem nem
para ter filhos. O fruto desta mentalidade foi o fechamento para o amor”, disse Emmir Nogueira, formadora da Comunidade Shalom.
“Muitas foram as conquistas da mulher
nos últimos anos, mas penso que a maior vitória é a sua identidade e
também a sua maternidade”, relata a teóloga focolarina Rosa Ayer.
Muitas se perguntam: “Será que, na busca
pelo espaço no mercado de trabalho, a mulher se esqueceu do lar? Por
outro lado, a atuação dela deve ser somente no cuidado com a família?
Será que sua essência e vocação estão apenas encerradas na maternidade e
nos cuidados domésticos?
O Papa Bento XVI, ainda como cardeal
Ratzinger à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, respondeu estas
perguntas em uma carta pastoral dirigida aos bispos de todo o mundo, na
qual ele fala sobre “a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no
mundo”. Nesta carta, o Santo Padre diz que “embora a maternidade
seja um elemento chave da identidade feminina, isso não nos autoriza,
absolutamente, a considerar a mulher apenas sob o perfil da procriação
biológica”. Ele ainda exorta: “Pode haver, nesse sentido,
graves exageros que exaltam uma fecundidade biológica em termos
vitalistas e que, frequentemente, são acompanhados de um perigoso
desprezo da mulher”.
Com relação ao campo de trabalho e ao espaço da mulher na família, o Pontífice ainda acrescenta: “As
mulheres que, por usa vez, desejarem realizar também outros trabalhos
poderão fazê-lo em horários adequados, sem serem confrontadas com a
alternativa de mortificar a sua vida familiar ou, então, arcar com uma
situação habitual de estresse que não favorece nem o equilíbrio pessoal
nem a harmonia familiar”.
Segundo o então cardeal Ratzinger, a
identidade da mulher está na sua “capacidade para o outro”, em doar-se
para gerar vida na família e na sociedade, pois esta é, segundo ele,
“uma realidade que estrutura, em profundidade, a personalidade
feminina”.
Voltemos, então, à pergunta inicial: “O que é ser mulher?”. Ser mulher é ser sinal de doação, amor e vida para o mundo.
Fonte: http://destrave.cancaonova.com/mulher-sinal-de-amor-e-vida/
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